O Brasil gera hoje aproximadamente 1% dos lucros do mercado de luxo global, o que corresponde a 7,59 bilhões de dólares
Chanel,
Hermès, Emilio Pucci, Burberry, Louboutin, Diane von Furstenberg, Jimmy
Choo, Carolina Herrera, Marc Jacobs, Celine, Goyard, Alexander Wang e
Isabel Marrant. Essas são algumas das grifes que se instalaram nos
últimos dois anos em endereços nos Jardins ou em shoppings sofisticados
como Iguatemi e Cidade Jardim, todos em São Paulo, onde se concentra o
mercado de luxo brasileiro. A maior parte das grandes marcas
estabeleceu-se de maneira autônoma, centralizando suas operações no
Brasil.
O
desenvolvimento anual deste segmento em nosso país – 22% no último ano
– tem superado mercados mais estabelecidos: as vendas são agora quase o
dobro de 2006. O mercado de varejo normal também obteve um crescimento
considerável, chegando aos 11% em 2010.
Sobre o
impulso do mercado de luxo no país, Bruno Pavlovsky, presidente da
divisão de moda da Chanel no Brasil, comenta: “Este é o momento de
consolidar a nossa presença lá, através do controle do funcionamento da
rede de boutiques, como já fazemos em outros lugares”.
Segundo a publicação européia, Europa: Branded Consumer Goods:
“Devido à estabilidade econômica, provocada pelos 8 anos de governo de
Luiz Inácio Lula da Silva – que deverá continuar sob a presidência de
Dilma Rousseff – existe um novo consumidor ávido de classe média”,
denominado pela pesquisa como a “nova burguesia brasileira”. O
relatório entregue em junho de 2010 para a Branded por
Goldman Sachs revela que esses fatores políticos e econômicos podem
impulsionar as vendas dos bens de luxo nessa próxima década que se
inicia. Ainda segundo este relatório, as vendas de luxo no Brasil podem
chegar a 6% do mercado global em 2025, ou seja, 63,5 bilhões de dólares.
Após 10
anos no comando da operação da Daslu – até então a maior casa de luxo
do país – Bruno Pavlovsky assumiu em julho passado a gestão da Chanel.
A primeira loja própria da grife se localiza no Shopping Cidade Jardim,
no mesmo andar da primeira unidade da Hermès no país, que se
estabeleceu ali em 2009. Já a Louis Vuitton é velha conhecida dos
brasileiros, com loja no país desde 1999, tendo sido seguida, em 2001,
pela Tiffany & Co e pela Ermenegildo Zegna.
Esse
movimento de migração para endereço próprio teve impacto sobre os
preços da Chanel, já que a marca eliminou intermediários. Os valores
despencaram em torno de 30% no pagamento parcelado, costume de compras
dos brasileiros.
A
Chanel abriu sua segunda loja, também em São Paulo, em novembro de
2010, contando com um espaço de 2.150 metros quadrados no Shopping
Iguatemi. A loja foi projetada por Peter Marino, e está de frente para
a Gucci, que inaugurou no mesmo mês, porém um ano antes. Acessórios e
bolsas clássicas são o carro chefe dessa loja. A empresa acredita que
assim irá atrair um maior número de clientes, uma vez que o endereço do
Iguatemi é mais central, comparado ao do Shopping Cidade Jardim.
A
clientela dos dois endereços difere muito, por vários móvitos. Por
questões de acesso, de estacionamento, ou o preço do táxi para a
região, que custa, em média, o valor de um almoço em um bom
restaurante. O Cidade Jardim atrai apenas 15 mil clientes dia, mas que
gastam em média R$ 2.800,00 por visita. Isso representa um terço de
visitantes do Iguatemi, que em contra ponto realizam compras de valores
menores.
No ano
de 2011 as promessas para o Cidade Jardim são maiores, com a conclusão
do projeto dos novos edifícios residenciais e de escritórios, e da nova
estrada de acesso, que evitará a turbulência do trânsito paulistano.
Essas são palavras de Pavlovsky, que também define o Shopping como: “Um
novo shopping center ultraluxury”.